domingo, 12 de fevereiro de 2012

Marcha fúnebre

O mar nos olhos negros
Verdejantes do meu tempo
Assoviam novo enredo
Como se o vento
Fosse uma mulher

Mas é triste a melodia
Transpirando nostalgia
Reavivando outros dias
Como se a vida
Fosse um cafuné

Um cheiro de café quente
Esfriando a minha gente
Adentrando nossa mente
Como uma semente
Doce de amargar

E o tal gosto acinzentado
Traz ao rosto um enrugado
Pra ficar mais deste lado
Como se o fado
Fosse não ter paz.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pontaria

Espaço escasso:
Não há entrelinhas
Entre as minhas e as suas
Cruas alminhas,

Frias quimeras;
Meras - lindas?
Um dia, quem dera!
Feliz, quem diria...?

Debaixo do sol
Desabam diabos
De onde desata-se o Amor
Das vis fantasias.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Caí na real que ainda não realizei o tamanho da queda. Ando perdendo meu tempo ou o tempo que anda me perdendo? É tarde pra dizer, cedo pra entender. É o medo que me dá coragem, a fama que me deixa à margem. Vazio de tudo que me cabe; ignorância de que nada se sabe. Filosofia pra poucos, muito loucos, quase fora daqui. Eu vi, meus amigos, a contradição em pessoa. Era eu no espelho. Era o espelho em mim. Era e não era, enfim.