sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ou não.

Um protesto

Contra tanta informação idiotizada
Na complexidade de certezas
que não provam nada além
De nossa própria ignorância
Perante as coisas mais simples da vida

Ou não;

Um grito incontido, estúpido
Escoando da boca pra fora
Ecoando a lugar nenhum,
Entrando e saindo pelos ouvidos
De quem não tem nada a ver com isso...

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Verdejo

Do pé de uma bíblia qualquer
pego uma palavra madura e
parto-a ao meio;
devaneio ou não
no lugar de sementes
o que vejo são flores,
frutos de notas musicais
e suas respectivas cores.

Outras jazem, caídas
espalhadas pelo adro
de um sonhar imaturo
deixando escorrer
pela terra escura
os futuros que em si
carregavam.

Eram apenas ideias;
eram ideias, apenas.
Eram pequenas penas
esquecidas à sombra
de alguma árvore etérea...
Beiravam a boca de alguém
contemplavam-lhe os céus abertos
e não podiam voar!

Mas eis que o tempo
estendeu suas mãos e
num gesto indigesto

melodiou-lhes matéria.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Na linha do tempo


Na linha do tempo
Invento um sonho linear
A delinear-me auroras
E não horas;
Correndo em círculos
Atrás de mim mesmo
A esmo enquanto
Penso em linha reta.

Uma meta que se faça
Seta
Que desfaça essas idéias
Meras
Possibilidades aos milhares
Desencadeando em mim
Uma cascata de vontades
- disfarçando
O que simplesmente é.

Viveu tanto pra invejar
Crianças e animais?
Pois eu quero é a paz
Do mais humilde Dalai Lama!
Quero não mais esperar
Pela cama de Pasárgada
E ver-me livre enfim
Desse tudo
Que é tanto
E nem é nada.

Dia amante

Despertar
Ainda que tardiamente
O dia
Amante da verdade
À frente
Do tempo e da maldade

Rumo ao centro do peito;
Coração adentro.

Refletir
Diante dessa voz que
Nos guia
À semente da verdade
A luz
De um terno diamante

Instantes do Eterno:
Apenas uns infernos
a menos.