segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ensejo (do meio pra lá...)

Cai chuva no telhado mas
Do lado de dentro
A consciência faz sol

Eu não estou fechado eu
Estou aberto
E não tenho medo, não mais

Alerta pro que for alado
Disposto a não ter
Segredo algum

Sagrado pra não ser desprezo
Eu vou virando a página
E vejo meu lar

Do meio pra lá...

Quando chegar a mim mesmo
Vou Lhe encontrar em mim
Vou acordar meu ensejo
Pra começar, enfim

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Por um instante, há penas

Por um instante e apenas
Deu vontade de mandar
O mundo inteiro
Se danar.

E botar minha boca no papel,
E matar a saudade do céu
Assim
Sem mais nem menos.

De uma hora para outra,
Tenho todo tempo do mundo
Para ser quem eu sou
Agora
E pronto.
Aliás,
Quanto tempo não temos
Enquanto tememos tanto
Não ter?

Até onde alcançar o meu abraço
Você pode crer:
Lhe ajudo a chegar lá.
Se tenho algo a dizer, digo
Faça dessas penas
Duas asas
Suas, alvas
e alvoradas.

E mude tão somente
Aquilo que puder mudar;
Muda
É que você não vai ficar!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Para quem tem sede

Curvas torrenciais
Silenciam rumores de cura;
Mas as estruturas da vida
Não cedem do verde,
Para quem tem sede.

Da hora

Não temos a medida do tempo,
Mas o tempo tem a nossa medida.
E quem foi que disse que a vida
Tem tempo a perder
com tanta ironia?

Vai ver é só deixar caber
Os ponteiros internos
No terno das horas...
Fazendo o que se tem amor,
Unindo o útil
ao ser agradável.

Estável? bem, só se for
Numa tranquilidade inefável!
Pois via de regra me rendo,
Me vendo aos caprichos
do insano de casa.

E sei que não sou exclusivo:
Cada um tem seu tanto
De santo e perdido;
E o canto cada vez mais amplo
Só não encanta
quem não dá ouvidos.

E passam-se as ondas sonoras...
E passa-me o trem das memórias.
É assim que preencho meu tempo:
Passando horas
me reescrevendo!

domingo, 6 de novembro de 2011

Prontidão

Estou pronto.
Estou pronto para te contar
O que não se conta,
O que sempre se faz
E quase sempre
faz-se de conta que não se fez.

Estou pronto para outra vez
Ser o seu freguês,
Empregado e patrão;
Estou pronto
Pro sim e pro não.

Estou pronto e disposto a plantar
Novas sementes
De prontificar
De árvores plenas
E aves que planam
Nos planos planaltos
Que nunca alcançamos
Mas hão de alcançar-nos
Num alçar de vôos

Da música
e seu contraponto:
- estamos prontos.

Aqui jazz

Peço divórcio ao ócio:
Caso comigo
outra vez.
Que descanse em paz
a viuvez de meus sonhos

Numa lua qualquer
que seja
De mel, de fel ou
de fé;
Não quero nem saber
se é ou não é
primavera!

A espera não pode alongar
A hora que agora já era
Na terra uma pá pra cavar
Tirando de lá
de baixo a coragem...

E aquela frase da lápide,
Apago e
pronto.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Inovacência

O único crime
Que realmente compensa
É o de burlar
A lei das impurezas
Para ser infância

Não se trata de voltar
Ao que era antes,
Tampouco negar
As rugas no semblante

É ter maturidade
Bastante na vivência
Pra colher uma
Novíssima inocência.

Belesma...

A beleza que se aprecia
Não é a mesma que se tem.

Talvez porque simplesmente
Não tenha preço:
O apreço não aceita
Moeda de troca.
Ou então vai ver
Desde o começo
Ter, é trair a memória.

Vitória para quem
Não retém-na
E também não se esquece
(Ah, se eu pudesse...)
Mas: é pra quem merece.

Percebe-se parte
De uma arte muito maior;
Vê que a beleza dos olhos
Por mais que apareça,
Nega a si mesma no quando:
É somente uma numa resma!

sábado, 22 de outubro de 2011

Coceira da vida

Ai! que coceira
Na ponta da língua
Soubesse falava
O quê? isso aí.

Falasse a sua
Minha língua existia
E leve passavam-se
As horas e os dias...

Ai! que besteira
Quem fala essa língua?
Não tenho palavra
Não tenho avenida

Tivesse o sonho
Por realidade
Falo a verdade:
Não reclamaria

Mas ai! que coceira
No céu dessa boca
Poeira engasgada
Na estrada do ensejo

Tivesse o beijo
Daquela menina
Não ficava à míngua
De tanto querer

E de tanto amor
Até eu resistia
A uma tentação
De não existir

Ai! que bobeira
Fraqueza à beça!
Eira nem beira
Pé sem cabeça

Fosse o seu chão
Não caía o teto
De tantas idéias
Em vão dialeto

Faltava rua e
Não tinha problema;
Andava nas águas
Dessa melodia

Fazendo esquecer
Meu doce dilema:
Coceira de ser
Poema da vida.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Em busca da mulher poesia

Nem de longe me atreveria
[a tentar
Escrever o melhor dos poemas;
Em busca da poesia mulher,
Só peço que não falhe a pena.

Se vale a intenção já me
[desembaraço
Esboçando um compasso qualquer:
É música em meu pensamento
[a mulher
- e tem como deixar de ser?

Na festa dos dias a fresta
[por onde
Me entra na alma algum sol;
Amada, te sigo as pegadas,
Te faço uma estrada
Mas não andes só...

Pois tu és o chão dos meus sonhos
A terra das flores que ainda
[sementes,
Brincam de esconde-esconde comigo:
Em que futuro estás presente?

A mulher que fica

A mulher que passa
É uma graça infita
Mas não é a mulher que fica;
A mulher que fica
É aquela que traz
No ventre a promessa da paz.

É a própria paisagem
- Montanhas e céus -
Que move-se sem dar na vista;
É o próprio mistério
Da vida ante os astros
Que sempre deixa alguma pista.

Um mar de roseiras
Recendendo afeto
Repleto de espinhos e letras;
Espelho da onis-
Ciência de Deus
Rachado por paixões incertas

Das setas que chegam
Por todos os lados
Tais como balas perdidas;
Na roleta russa
Da sina o acaso
É a sombra da mulher que fica.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sem chão

Quê mesmo que eu ia dizer?
"Padeço, pareço, desapa..."
Ah! lembrei: já conheço;
Sim, isso é só o começo.

Meu berço é a morte
A sorte me azara
Me fará mais forte
Faraó de casa

Com asas e membros
Setembros a gosto
Soturnos dezembros
Outubros no bolso

Repouso em Saturno
Me acordo na Terra
Me berram acenos:
"É Vênus!" quem dera...

É só mais um mártir
Planeta distante
Amante das artes
De quem dissonante

Vai a toda parte
Rindo de janeiro
Fevereiro abriu
No passo das horas

Nas águas de março
Sob o céu anil
Dos ventos de maio
Desmaio sombrio

Mas logo apareço
Falando de amor
Faltando endereço
Pra tanto vetor

Chegando chegando
Cegando o meu ego
Me pego afirmando
E eu mesmo me nego

Mas será que era só isso
O que eu tinha pra dizer?
Se não me falha a memória,
Decerto me falta história.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Personagem

Personagem de mim, outro
A cada instante
Sorrindo o semblante
Da sinceridade das horas
Na voz da tristeza que canta
E que late e levanta
Pra ver o que o ego
Quer dessa vez

Acordo trajado de sombra
E tão logo visto
A primeira persona do dia
Me sinto saído
De algum desenho animado.

Muito embora eu mesma
Me chame de homem
Não sei se o que sou
Tem nos livros de história
Ou de biologia
E se não me falha a memória
Me falta essa (oni)sciência

Pois o que sei é bem pouco,
Quase nada
Perto da imensidão
Dessa estrada
Repleta de auroras.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Auto-psicografia

Na ponta da língua uma vírgula:
O buraco é bem mais embaixo.
A palavra que encaixa no verso,
Universo menor
refletido à míngua?

Se a mula é sem cabeça,
Tem fogo;
A gula que sempre ganha
Vem logo e tamanha:
Nos acompanha
Na crença e no jogo...

Por uma sentença apenas
Vive o profeta, médium,
Poeta:

Estar di(st)ante de si
Para amar ou morrer!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rasante

Você, não sei se
mais peixe que eu,
Mas que consegue
respirar tranqui-
lamente nessas águas

Pode muito bem me
ajudar no meu sufoco
De gaivota de penas
tão permeáveis;

Demovendo quase nada,
Me ensinando a mergulhar
Verá enfim quê lhe darei
à superfície:

Enxergar outra beleza
de viver a luz do Amor
Ainda que seja por uma
breve existência,
Qual faísca dessa vida-
fogo-fátuo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Visionário

Sei que palavras
Não vão traduzir
O que só o tempo
Sabe dizer,

Mas sinto
Na ponta da língua
Uma vontade imensa
De ser...

E ver que não era
Apenas um sonho,
Você
Sorrindo ao meu lado;

Abençoado será
Cada verso
Do nosso poema: Viver!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pelo bolo que você me deu

Queria poder dizer que não estou nem aí,
Que vou tomar um capuccino e comer uma fatia
Do bolo de chocolate que eu fiz ontem
E você, que fique aí se quiser, problema seu.

Pode até ser que seja verdade,
Que você não sabe o que está perdendo
E eu ando reclamando de barriga cheia;

Mas se a barriga tá cheia, a cabeça também,
E o coração, parece tão vazio...

Eu fiz o bolo pensando em você, e você nem

Nem faz idéia do que eu sinto

e sinto muito...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Não deixe uma alegria engolir sua vida

No abrigo da tua voz
Eu quero estar a sós,
Tragando a nuvem negra
Que dessa vez
Não choverá.

Das cinzas

E o tempo cinza da espera
Vai tomando aos poucos
A feição colorida
De uma Era.

Ah, impaciência!
Tu que tanto insistes
Em tomar as vezes
E as vozes
Desse coração-balão,
Deixa-me agora!,
De uma vez por todas.

Não tenho o que temer
Da escuridão
Do dia de amanhã:
A eternidade
Já me abraça
Com a lealdade
Da fé cega,
Embalada pelo
Sorriso noturno
De um baião sublunar;

Porque eu,
Sou seu mais novo par:
Sou sua Fênix
A desabrochar
Na dança da Aurora...

domingo, 4 de setembro de 2011

Leitura experimental

Um livro que se lê
Apenas com os olhos
Não serve pra nada;
Não vale a pena,
A tinta ou as retinas.

Porque um livro,
para que faça
Algum sentido,
Deve se merecer
e ser vivido,
Experimentado.

Cada parágrafo,
cada frase, cada palavra
Em si deve ser
Devorada com a fome
de mais de uma semana;
Mastigada com a paciência
de um monge zen;
Digerida com o fogo roubado
de Prometeu;
Percebida, enfim,
Como um filósofo que percebe
A própria vida
ininterruptamente
Concebendo a si mesma...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Afinal

(inspirado na leitura de
"Uma aprendizagem ou
O livro dos prazeres",
de Clarice Lispector)


Afinal,
não temo a vida.

Ainda
Que ela teime
Em me abraçar
Todos os dias
Com seus braços
De extrema solidão,
Só posso por ela
Cativar-me
E cultivar o meu amor.

Pois o medo e o temor,
Idênticos em si
Como o são
A vida e o amor,
A estes, enfim,
se opõem.

Ou seja:
O amor é o real
E o medo é só ilusão.
E viver só de ilusão
É morrer-se,
Esquecer-se do real,
Descaber-se de todo
Sem ao menos
Acabar-se de verdade
Ou ter algum final.

Afinal,
não tem saída.

Apenas
Perdoando-se a priori
É que se pode perdoar
Os outros e assim,
Deixar naturalmente
Que as águas do tempo
Corram sem pressa
e sem medo
Em direção ao Mar...

E a vida que se ama,
Que perdure
pelo tempo que dourar!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Noite e lua

Você tão noite
e eu tão lua...
Como pode o meu olhar
Não querer você por perto?

Meu deserto é não lhe amar,
Meu incerto é sem você.
Minha alma nua
pede a sua voz

Pra vestir-me de canções
E me perder de uma vez
Na oração que você
mesmo ensinou

Você tão noite,
e eu tão lua...
Sua tez é o horizonte
Que me acura

Lua de Iemanjá

Divina beleza
Que tanto renega
Minha rendição,
Que tanto me cega
De doce paixão
Mas que ainda rega
Minha solidão

Tu és a essência
De flor tão altiva,
A impermanência
Da vida cativa,
A sede que bebe
No orvalho perene
Da rosa de pedra.

Tu és esse amor
Tão cheio de fome,
O nome que chega
Trazendo outra lua,
E cai como luva
Na insustentável
Leveza de amar...

Não findas no mar,
Pelo que eu sei;
Do lado de lá
Estás com o rei
Dessa tempestade
E na maré cheia
Virá me beijar

Primeira pista

Ver de perto essa ilusão
Me fez ter coragem
Pra sair do breu da solidão
E seguir viagem

Bebendo no sol da manhã
Embriagado de paisagem
Mordendo essa maçã
Sem sacanagem

Percebendo o azul
Que paira pelo ar
Recebendo a luz
Do Seu olhar

Parecer imortal
Só por hoje, e amanhã
Ir até o final
Sem pensar se é longe ou não

Se é amor à primeira vista
Não desista, por favor;
Os olhos sempre mudam,
Mas à luz do dia
É sempre a mesma cor...


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Calada

Tenho um monte de coisas pra dizer
Mas por hora é preciso calar.

Na calada do dia,
em sintonia solar com a Noite,
Respiro bem fundo
e sinto o Seu perfume,
Sublime, anunciando a alvorada
desse amor magistral.

Sim, é preciso calar.
Para saber o que dizer,
Para caber no pensar;
Para pôr as idéias e
os sentimentos no lugar

...

O ponto final não existe,
Mas pode ser uma perfeita
Alegoria de nossa relação.

Chegamos até aqui
Salvos, talvez
nem tão sãos assim,
mas enfim, chegamos.
E vamos em frente.

Abro os meus braços
Silenciosamente
ao presente que Deus
me enviou, com tanto
Amor...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Da natureza das flores

É precisa viver uma flor
por inteiro,
Se embriagar do paraíso
no seu néctar mais puro
Para em si vencer a sorte
de existir por mal ou bem
E caber na eternidade
do Momento


domingo, 21 de agosto de 2011

Provocação saudável

Será que é verdadeiro demais pra ser verdade
ou é simplesmente o que é?
Quem foi que nos fez tão covardes,
subnutridos e órfãos da Fé?

Memórias feito retalhos
Percorrem o denso
tecido das horas
Tornando-nos espantalhos
das inocências de sentir

E viver para sorrir
E sorrir para viver
E não se perguntar porque
já querendo saber

sábado, 20 de agosto de 2011

Rainman made a joke

Eu sou a chuva,
filha do Tempo, esse
jovem Senhor que tem
suas barbas de nuvem
negra, cinza e azul
como a cor do Amor;

Eu sou a vírgula,
a pequena pausa,
o hiato no ser
que se pauta
em gerúndios,
escrevendo torto
por linhas mortas,
retas demais;

Eu sou da Vida
uma simples faísca
no meio da chama
de tanto querer,
de tanto pensar
por tanto esquecer,
de querer lembrar
pra não ter que saber
e ter que aprender
a voltar ao amar
no crepúsculo ardente
de cada existência,
músculos parcos
ante os tentáculos
da noite escura;

Eu sou a personaficção
da cura.

Seja o Sol

A chuva vem me dar um beijo
Mas não pode aplacar esse desejo
Porque eu penso em você
Que você seja o Sol do meu dia






sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Hoje

Hoje eu me sinto mais eu
Hoje eu me sinto mais um
Hoje eu me sinto mais OM...

Hoje que eu me sinto azul
Hoje desminto meu blues
Hoje resgato-me a sóis

Hoje respiro-Lhe a voz
Hoje repito-me a vós
Hoje respeito-me, só.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Bela

Beba dessa voz
Na foz do meu silêncio
E tire esse seu lenço
da lapela

Porque ela vem trazendo
Uma paisagem tão singela
Que somente à luz de velas
vai-se vendo



Simple game?

Se empolguei-me
Uma vez mais
Por uma surpresa
Maravilhosa! dessas
Que só a vida faz,

Não me iludirei,
Não dessa vez;
Não é um mar de rosas,
E que seja: quanto espinho
Não há de aparecer!

No caminho que sigo,
suave, tem que ser;
Ou a nave fica logo
a ver navios.
(Outra vez?...)

Mas não posso, não quero
Pensar que é só um jogo;
Por mais fogo de palha
Que haja no castelo,
É tudo muito belo:
Muito elo pra não crer!

16/08/2011

Perfeição à vista...

Na sua feição
Na minha reação
No ar, tesão

Nas nossas mãos
Na confecção dos meus
e dos seus botões

Na nossa mente
Na minha frente
No seu nariz

Na nossa gente
Uma semente
A ser feliz ou não

A perfeição está em tudo,

Só não está no pouco caso
no futuro do pretérito ou
no mérito egoísta

(Preferes à vista
ou a prazo...?)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Gritando em silêncio

Quanto tempo a gente perde
Tentando se encontrar?
Quanto muro a gente ergue
Querendo se libertar?

Quanta vida pela frente,
Quantas flores pra cheirar!
Quanta lousa pra saber,
Quanta coisa pra se amar...

Comprando idéias,
Vendendo regras,
Deixando de chorar
Só pra esconder as rugas?

Assim não se vive,
Assim não se ama.
Assim não se cabe na alma!
- talvez numa cama
(como num coma espiritual...)

Sonâmbulos da própria existência,
Acordemos!
Chamemos uma ambulância, já:
Essa discrepância toda
Simplesmente
Não faz sentido.

domingo, 14 de agosto de 2011

Insoneto

O sono não vem agora,
Demora em mim seu convite;
Pousa do lado de fora
Do breu a imagem de Afrodite.

Descansa, mente, ignora
A luz que tanto te agride;
Deixa caber em ti a aurora
Que já sorri sem limites...

Não pensa nisso que queres,
Uma entre tantas mulheres;
Que a perfeição será nossa

União à palavra de Deus:
Virá, não importa que céus
Comportes nessa tua prosa!

(Julio de Mattos, madrugada de 15/08/2011)

Testemunha auricular

Queria fazer um poema
Apenas pro dia dos pais,
Mas não vem idéia
Assim como meu velho
Não veio...

Então, que me resta dizer,
Num domingo de Sol como este?
Que pai só tem Um!,
E se escreve com letra maiúscula:

O Pai que me entende
e me apóia;
O Pai que me estende
a Sua mão;
O Pai que jamais ignora
o meu samba-canção
(minha pobre oração...)

Feliz domingo, meu pai!
feliz dia dos filhos!
Feliz de quem vai
pelos trilhos
a Lhe auscultar

sábado, 13 de agosto de 2011

Por um triz

Ela não foi minha
por um triz.

Não porque não quis;
Eu é que não fiz
a minha parte.

Fui covarde, outra vez
Inconformável!

Transformando em arte
o Sol da noite,
Sobra do passado;

Sentado à sombra
de um final feliz...

Acompanhante

Um preço exorbitante
Pela madrugada:
A noite é teu semblante
E o dia, nada.

Acompanhante, meretriz:
Mera atriz disso que alguns
Chamam de amor;
Flor que exala
Os sonhos do homem-dor!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Desafio

Eu falo, falo e não me faço entender;
eu calo, calo e só preciso dizer;
eu ralo, ralo e ainda há tanto a fazer...

Eu erro, me arrependo
e repito o mesmo erro;
eu quero, me concentro
e quando tenho, me perco;
eu racho, acho pouco
fico louco, não me aguento!
eu nego, renego
e depois quero mais...

Não consigo entender
o que é que me trai,
porque tudo me atrai,
porque nada é demais.

Não consigo esquecer
nem me desapegar
do que me faz sofrer,
do que não vai voltar
e quem sabe,
nem era pra ser:

Amanhã vai nascer
outro Sol, vai passar
outro Som, vai cantar
outro Tom, vai caber
só a mim
não mais desafinar.

[09/08/2011 - 21h44]

No fundo, uma questão de fé

Depois que se paga de otário,
É preciso seguir adiante:
É preciso sair radiante
de dentro do armário;
É preciso sorrir o semblante
do cara que ganha o salário
em dia, e que ganha bem.

Mas é preciso ser assim
todo dia, faça ou
não faça Sol:



Ter o sorriso de quem
nem queria mas tem

Alegria pelo que é
(e vai sendo, simplesmente...)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sob o céu e mais do mesmo

Auscultando a voz interior
Se percebe um vazio
Infinitamente pleno
De conhecimento
Em forma de amor.

Tentando preencher o vazio
Que é a própria essência
De "estar no mundo",
Percebemos nossa solidão
Em sua forma mais sólida.

"Nada de novo debaixo do Sol",
Apenas palavras, idéias,
Descobertas entre aspas.
A verdade não tem começo
Nem fim, e o meio
É a própria verdade:
Felicidade, enfim...

domingo, 7 de agosto de 2011

Estrada agora

Eu tô carente de calor humano!,
mas o meu plano é pra você também;
Tem gente grande entrando pelo cano
- e quem não tá careca de saber?

No telefone, diz que foi engano;
Na minha boca um dedo indicador.
Eu fico sempre em segundo plano
E não encontro meu primeiro amor...

Então me racho feito porcelana,
Juntando os cacos um de cada vez;
Ou então acho que é super bacana
Fazer poemas pra "desescrever"

Minhas errâncias por mares de lama,
Desesperanças contando até três:
Não vejo a hora de cair da cama
Só pra recomeçar tudo outra vez!

(Rosa Clara dos Santos, 07/08/2011)

Estrado afora

A chuva que cai no telhado,
A vida que vai melhorar...
Intacto o estrado da cama
Reclama de tanto esperar.

Você não entende o recado
Mas ainda pode me ajudar;
Agora que estou descansado
Sei por onde recomeçar:

Juntando meus cantos num só,
Num Sol que de Ré vai pra Lá;
Num sonho que vire do avesso
A tristeza do meu travesseiro.

Não fui o primeiro mas olha
Que este segundo é pra já:
A vida do amor passageiro
Morre em direção ao mar...

(Rosa Clara dos Santos, 23/10/2010)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"Touché!"

Eu tive que descer
Lá embaixo
Para ver

Que o poço não tem fundo
E que nesse mundo cão,
Sofre muito mais quem traz
O rabo entre as pernas.

Às vezes é melhor
Deixar as rimas pra trás
E fazer das trevas coração;

Quando é tudo uma questão
de auto-estima,
Mais vale uma esgrima nos olhos
Que mil lágrimas na mão!

sábado, 16 de julho de 2011

Humanifesto

Mulheres - homens
Melhores - piores
Talheres - mãos
Olhares - leros

Quem disse que a vida
Se resume
A dualidades?

Nossa idéia de atualidade
Definitivamente
Ultrapassada
Certamente
Não convence a Divindade

Emancipação feminina
Estudos de gênero
Isso tudo é muito bom
Mas frente à Sina,
É tão efêmero...

Pois no fundo
Somos Um,
Não em falhas
Deste mundo
Mas no Amor,
Lugar comum,
Que espalha os frutos
Da verdade
Pela eternidade afora...

Agora, deixa de vaidade;
Poda logo as folhas secas
E te aflora!:

Temos uma
Revolução a zelar

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vapular

‎Sobre a sombra que me sobra
Pisam cada vez mais passos
Pesam pelas folhas mortas
Pés de lama, quase almas

Sou aquele que levanta
Mas não cabe na rotina
Lava o rosto na piscina
De uma casa de verão
Em pleno inverno

A copular idéias aleatórias
Memórias carcereiras de mim
Vitórias no futuro do pretérito
Méritos inglórios
Fardados pelo vício
e pelo tédio, mas... que remédio?

Encabular-se e açoitar-se e aceitar-se
Pra no final acordar
Ainda a tempo de acertar;

Tudo isso, vem do verbo "vá pular"!

domingo, 10 de julho de 2011

Abissal

Trocando
O dia pela noite
A fonte pela pia
O bastante pelo muito
Pra gastar e não bastar
E não chegar não sei aonde
E me cegar
De tanta luz negra

Nado feito nódoa
No meio do nada

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um dia de fuga

Minha homepage
É a casinha na árvore
Que eu nunca tive
Mas sempre quis;
Mal fazia idéia
Do que era solidão
E vez por outra
Meditava no banheiro...

Meu pensamento só
Queria saber do banheiro;
Meu desalento só
Cabia no banheiro:
Morava no banheiro,
Reinava no banheiro!

Sentado no trono,
Já sabia de cor
O cheiro da descarga
Mas ainda precisava
Descarregar as mágoas
Pra não ir por água abaixo...

Ao chegar a puberdade,
Os pelos clamando por liberdade
Resolveram se mudar:
Minha fuga era pro bar,
Tomar umas e outras...

Hoje, que já sei desabotoar
Sozinho os meus botões,
Vira e mexe ainda me desboto;
Bato as cinzas no bloco de notas
Batendo ponto na insônia pra depois
Bater as botas no meu dormitório.

E a noite não sara
Na frente da tela,
E a tarde dispara
Pelas janelas
E não pára, não...

Mas agora vou parando por aqui,
Antes que o meu dia se resuma
A zeros e uns

sábado, 25 de junho de 2011

AIHAI

(by Ed Sottam)

Basatan, o rei dos caranguejos,
Acordou com uma baita ressaca moral
Depois do dia do julgamento
De seus filhos bastardos.

Era noite de eclipse e lua cheia.

Todos na comunidade submarina
Sabiam que não era um momento propício
Para se efetivar uma condenação,
Mas não havia escolha;
O dever falava mais alto.
Mas ainda assim Basatan podia ouvir
Em alto e bom som sua consciência
A pregar-lhe duros sermões...

O que poderia ele fazer?
Afinal, o exemplo tinha que ser dado
Pelo bem da ordem do Estado crustáceo!

Mas não era tão fácil,
Pelo menos para ele.

E a culpa passou então a persegui-lo
Dia e noite, noite e dia.
As semanas se passavam,
Os meses, os anos, e o mesmo peso nas costas...

Até que numa bela manhã de primavera
Desperta-lhe do sono
A imagem de uma linda sereia,
Repetindo em sussurros uma palavra
Até então por ele desconhecida:
"Aihai..."

No mesmo dia ele recebe a notícia
De que seus filhos haviam fugido da prisão.
Ao ser interpelado pela autoridade policial,
Pede para cessarem a busca
E deixar que os fugitivos sigam seus caminhos.
O delegado contestou, mas ordens são ordens.
E a partir daquele dia todos começaram
A duvidar do comportamento do rei...

Então, algumas semanas após o incidente,
A assembléia geral, unanimemente,
Decide pela deposição do monarca,
Acrescida de um exílio
Por tempo indeterminado
Para longe da comunidade.

Basatan aceitou a condição imposta
Sem pronunciar uma letra sequer,
Tomando traquilamente seu rumo e
Levando consigo a certeza das certezas:
Uma leveza jamais experimentada,
Leveza essa que crescia mais e mais
À medida em que tornava a dizer
A si mesmo, com a voz do coração:
"Aihai, aihai, aihai..."

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Auto-exílio num ranário em branco e preto

A rã cinza, ranzinza, coacha.

Acha isso, aquilo e aquilo outro
Acha muito mais do que procura.
Não vai à luta
Mas também não racha...

Talvez a única cura
Pra sua loucura controlada
Seja uma bolacha de borracha

Que apague o som dessa vaidade
Rodando na vitrola,
Violando o colorido da verdade

Dois prantos

Tenho duas vontades de chorar:

Às vezes, porque existo;
Às vezes, porque hesito.

Uma é boa; a outra, nem tanto...

Três pontinhos

Nas retinas
A essência
Do que se pode ver:
Renitentes
Reticências.
Presas do prazer
Que desaponta
Despontando para
Um novo alvorescer

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Proibido parar e estacionar

E as dores me incomodam
E o incômodo me locomove
E a locomoção me leva
À loucura que me alivia
dessas dores

Mas tão logo eu
Me acomodo elas voltam...

domingo, 19 de junho de 2011

As desventuras de Puzzleman na terra dos lobos - parte 3

Dia dos mal-humorados
(El gran finale)

Movido a cafeína e lactose,
O acordo que se faz
Entre corpo e mente insanos
Não permite uma inspiração
Mais profunda.

Mas não é que um desacordo
Vem me acordar?

Dando corda ao desconforto
E cordas e cordas e cordas
Ao desarranjo instrumental
De meus tímpanos saturados

Sete dias depois
De um solitário
Dia dos namorados,
Lá vou eu de novo
Rasgando o véu da semana:

Prestigiando o próprio umbigo
A presentear os amigos
Com desassossegos inóspitos,
Infernizando o sagrado domingo...

Não, não parei por aqui.
Continua a vida acolá,
Entre sonhos e cicatrizes;
Deslizes a nos avisar
Que o fim vai chegar, sim
Mas apenas no dia
Em que estivermos prontos
Pra recomeçar

Sem defecar pessimismos
Ou infantilizar esperanças

terça-feira, 7 de junho de 2011

As desventuras de Puzzleman na terra dos lobos - parte 2

Requebrando a cabeça

E a nossa união
Ficou pra semente;
Quanto mais gente,
Maior a solidão.

O sol não veio
O céu tão feio
Amarga o momento

Mas a natureza do tempo
É mudar:
Certeza é o que nos faz
Duvidar...

Dividir a culpa
Já é solucionar;
Então por que cargas d'água
Tanta chuva, afinal?

Já se lê nas nuvens
Uma linda mensagem de paz
Mas quem quer saber?
Se a morte é mais sexy
E pra sorte é só um "s" no "m",
Dá quase no mesmo.

O descomunal consumismo sádico
Masoquista e auto-decapitável
De uma sociedade insaciável,
É trágico;
Mas como tudo nessa vida,
Passa num passe de mágica!
(e ainda rende umas boas risadas...)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

As desventuras de Puzzleman na terra dos lobos - parte 1

Yes, nós temos baganas!
(para João Luiz Woerdenbag Filho)

Porque eu sou meio macaco
Ela me pergunta
Se eu quero banana...

Uivos em minha mente
E eu não dando conta
De ser gente grande
Tomo um chá, um café
Um guaraná, uma coca-cola
Mas não adianta;
Minha sede mais pura
É de amar por amar...

Faço das tripas coração
Só pra não perder a piada
E o melhor dessa loucura
É ter história pra contar,
Mas nem precisa mandar:
Vou procurar minha turma.
Também vivo nesse mundo
Onde tudo é possível;

Perda de tempo deve ser uma questão
De perspectiva, ou quem sabe apenas
Falta de perspicácia nas antenas...

domingo, 5 de junho de 2011

Reflexo

(poema de Gabriel Rezende)

Na noite vazia lembro
Em quantos olhares mergulhei
De quantos andares eu voei
De janelas frias observei
Na direção do fogo eu pulei
Com os pés no alto eu dancei

Miro o céu que pouco brilha
Na escuridão... suas caras escondidas
E na verdade ainda não se revelou
Aquilo que eu busco não se mostrou
Nas lembranças eu encontro vocês

Atirar-me ou me retirar?
Antes que a cortina se feche
E o público vaie ou aplauda

De passo em passo
Eu faço um traço
E me arrisco a rabiscar
Pra fora do papel

Um reflexo, anexo
De um sonho sem dono

Tocando uma música do passado

(poema de Thierry M. Motta)

Pelas galerias do fundo da noite,
onde o medo espreita o viajante insone,
eu alcei meus braços sobre os violinos
e despertei os vultos de minha maldição.

Do silêncio que se estrangulava em postas,
a cada passo eu recolhia a fátua chama:
eu ateava o sonho às flâmulas mortas
das velhas nações vangloriadas de um coma.

E mais pereço, um subir sem fim, escadarias
onde a vertigem ladra reincidentes faltas,
pórticos precipitando sobre a fúria das hidras,
vou tramando ao violão minha crisálida,
cedo...

Decreto sonâmbulo

"Hey hey hey"
Só pode até 66:
Não é mais permitido ouvir
Nem The Jesus And Mary Chain.

Apenas ecos de Mrs Robinson
Cu-cu-tchu, etc e tal
Mas não durante o carnaval;
Na quarta é que entra em vigor
A lei do Silêncio...

E os animais de estimação
Poderão usar seus revólveres
Para dissonar contra o vento
A favor de momentos oblíquos,
Conspícuos fósseis da noite
Que despem-se de horizonte
E fulguram no ventre
Da Dona Disparidade

Só pra morrer outra vez
Só pra depois acordar
Sem ter que abrir as pestanas
Ou as cortinas da próxima cena.

E a pena de não ser igual
É cumprir o dever de ser livre:
Escrever por extenso a sina
Assobiando para si mesmo
"I'm only sleeping..."

sábado, 4 de junho de 2011

Reflexível

Na noite onde eu me encontro
Do confronto ao desencontro
O conforto de ignorar
O desconforto de mentir
Para si mesmo
A torto e a direito

Estar morto para o dia
E trocar por alegria
Passageira
A sabedoria
De uma vida inteira...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

M.Ú.S.I.C.A.

(Minha Única Salvação da Inércia de Cada Abatimento)

Música pra nascer
Música pra morrer
Música pra vencer o tédio

Música pra viver
Música pra dar e vender
Pode ser um santo remédio



Licença Creative Commons
M.Ú.S.I.C.A. de Julio de Mattos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Deve ser o meu signo
Deve ser minha sina...

Um sino batendo no peito
Um frio na barriga
Um freio no espelho

Um sinal vermelho
Pra verde Lhe amar
Elo azul

Pisando no tomate

(facebook, filtro solar e a família margarina)

Ainda que eu pise no tomate,
No mesmo tomate
Três vezes consecutivas,
Minha vida
Não deixará de ser
Um livro aberto.

Obrigado Bial,
Estranho de casa,
Meu pequeno grande brother,
Por nos ensinar a satânica arte
Do sorriso amarelo...



Sorriso amarelo

Eu queria não querer
Manchar o nosso Elo
Construindo um castelo à beira-mar;
Tão lindo e logo vai se desmanchar...

Eu queria me esconder
Nesse sorriso amarelo
E viver feito um belo marajá...
Mas para ser sincero,
Já nem sei se quero mais.

A paz veio me chamar
E eu preciso atender,
Entender que não existe tanto faz:
Quando se é feliz,
Rapaz!, o melhor é viver pra crer!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Reafirmação

Discernimento,
Missão comprida...
Não tem problema:
A gente encara.

Não encareça,
Não vale a pena;
Carece só
Crescer por dentro

Pois tudo é uma questão de tempo
E tempo é uma questão de tudo...

Pausa para o deslanche

Parei de ser desleixado:
Vou deslanchar.
Já tomei
Muito chá de cadeira,
Chega: preciso parar.

Parar pra pensar
Inspirar
Expirar
E andar...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Panorama

Virei poeta
Da noite pro dia
E nem me dei conta.

A Lua que era fria
Continua fria;
O Sol que me ardia
Continua ardendo;
O planeta azul
Continua pequeno,
E a grande verdade
Ainda há de vir...

Da tempestade
Ainda sai vento;
Da nuvem que passa
Caio sereno...
A gente vê graça
Na mesma piada;
Nada mudou:
Não muda nada.

Não achei felicidade
Paz nem solução,
Talvez mais resolução
Na visão sobre a cidade...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sweet Bergamota em Ré Menor

Era uma terça-feira (ou seria segunda?), os ventos de abril a acariciar nossas temporas...
Fomos Leozito e eu a um concerto do Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) no teatro Metrópole, em Taubatexas City, Ohio (que o parta). Num dado momento um dos trompetistas, que apresentava as obras, se referiu a uma tal Suíte não sei o quê... aí eu perguntei ao Don Leonardo: "suíte oquê? bergamota??" ao que ele respondeu assertivamente. Então, tratando-se de uma brincadeira, é claro, disse que ía compor a tal 'Suíte Bergamota', e ele arrematou: "em Ré menor!" Pronto, era o que eu precisava. Cheguei em casa com a idéia na cabeça e, partindo do Ré menor, por supuesto, con-segui essa pequena viagem. Mãs, visto que não se tratava de modo algum de uma "Suíte" propriamente dita, chamei-a "Sweet"; e o problema se acabou.

Fica aqui o player para quem quiser conferir essa pequena amostra grátis.
Obrigado.



Licença Creative Commons
Sweet Bergamota em Ré Menor de Julio de Mattos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Unported.