Pouco batom minha sina
Doce minh'alma menina
Funde-se aos olhos marrons;
Tons de garota
Confundem-lhe à pele.
Caia garoa aqui dentro
Refresque os reflexos
De tanto sol
Nesse sonho cimento:
Haja água mole
Pra tão dura pedra!
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Ovelhada
A ovelha negra passa
Pó de arroz na face
Apenas por uma questão
de sobrevivência.
A ovelha branca pasce
E ninguém nota sua presença
ou se nota
É uma anedota, um cumprimento
Uma eloquência, enfim
Não faz diferença.
Pó de arroz na face
Apenas por uma questão
de sobrevivência.
A ovelha branca pasce
E ninguém nota sua presença
ou se nota
É uma anedota, um cumprimento
Uma eloquência, enfim
Não faz diferença.
domingo, 28 de outubro de 2012
Doce
Doce a vida essa
Mas amarga
E tão depressa...
Fosse lida
Como eu leio
Teu sorriso de menina,
Talvez ainda
Um pouco mais
Durasse.
Mas amarga
E tão depressa...
Fosse lida
Como eu leio
Teu sorriso de menina,
Talvez ainda
Um pouco mais
Durasse.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Feito brisa
Hoje bateu a saudade...
Daquele café preto
que só você sabia fazer,
Daquele simples cafuné
que afagando-me apagava
por infindáveis instantes
toda a torturante complexidade
que pode abarcar
uma incansável cabeça de poeta.
Demos nós
as mãos tortas
pelas ruas e retas
E dentro em casa
de almas nuas
Nós nos demos,
tão bem apertados:
quase cegos
um ao outro.
Hoje, a saudade bateu...
Dias como este
em que a brisa se aproveita
pra soprar ao pé do ouvido
Esse nó que ficou
se desatando devagar
E parece reatar-se de repente
a memórias aromáticas
que por algum descuido nosso
Transbondaram,
derramando-se no ar.
Bateu a saudade hoje, sim...
Bateu, mas já passou.
Daquele café preto
que só você sabia fazer,
Daquele simples cafuné
que afagando-me apagava
por infindáveis instantes
toda a torturante complexidade
que pode abarcar
uma incansável cabeça de poeta.
Demos nós
as mãos tortas
pelas ruas e retas
E dentro em casa
de almas nuas
Nós nos demos,
tão bem apertados:
quase cegos
um ao outro.
Hoje, a saudade bateu...
Dias como este
em que a brisa se aproveita
pra soprar ao pé do ouvido
Esse nó que ficou
se desatando devagar
E parece reatar-se de repente
a memórias aromáticas
que por algum descuido nosso
Transbondaram,
derramando-se no ar.
Bateu a saudade hoje, sim...
Bateu, mas já passou.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Vão
Ela se foi
Tão rápido quanto
chegou
Deixou no ar
Um perfume
de desilusão
E esse pequeno poema,
Tão qualquer
Quanto qualquer outra
solidão.
Tão rápido quanto
chegou
Deixou no ar
Um perfume
de desilusão
E esse pequeno poema,
Tão qualquer
Quanto qualquer outra
solidão.
sábado, 13 de outubro de 2012
Telemóvel
À criança que sou
Esta máquina homem
Nem sempre responde
- onde, onde...
O eco de ser amiúde
Contempla o dia
De se ver completo
Na incompletude.
Esta máquina homem
Nem sempre responde
- onde, onde...
O eco de ser amiúde
Contempla o dia
De se ver completo
Na incompletude.
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