sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Ah!, o amor...

Essa flor que embriaga
Adaga certeira
que mata uma dor
se for por inteira

Me traga e devolve
o sujeito que sou
ao peito cantante
Lhe afaga e me cega!

Brisa cortante
de um só mar a dois
sem jeito de ser
menos brega, pois.
esperar sentado
não ver a hora
de ser dispensado,
tanta demora
demora pra fazer sentido
agora

mas

quem sabe
um dia faz.
come essa
cabeça, rima!
começa-me à beça
um cometa

passou passarinha
palhacinhazinha
por minha porção
mais afã, menos sã

de manhãzinha
desperto
despido
de perto
de ouvido

depois de
jogar perereca
e pular
feito rã.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Coma-se

Palavras aleatoreiam-se
como se precisassem fazer
algum sentimento
além do sentido de sempre

Porque estou de olho
no seu bigode cor de rosa
e a vida não passa
de um pôr-do-sol congelado
Tipo sorvete de amora
lambuzado na cara daquela
velha criança recém-
-nascida senil.

Você não entende nada
ou não quer entender
mas é bom assim mesmo
(alguns irão defender
que é até melhor, inclusive)

E o caroço coração
de uma fruta furta-cor
alcalina alcaparra
cigarra no cio
sonhando doce deleite
gengibre jibóia.