Chovo.
Não há nada em minha cabeça
que não se pareça com aquela nuvem
cinza;
Não há nada em minha sina terrena
Que não desfaleça em água.
Choro.
Choro aqui, ali e acolá;
Choro o pranto dos que perdem
por não esperar;
Chovem cinzas nesse falso carnaval.
A chuva, aliás,
Diz tudo não querendo dizer
nada...
Lilás, abençoa o vôo
De quem segue deixando seu rastro
Sem jamais olhar para trás.
Eu, porém,
Feito sal numa recém-aberta
Ferida qualquer da vida,
Tentando dizer tudo
Vou ficando
Cada vez mais mudo;
Não digo nada além de
Águas, mágoas:
Trago-as neste papel em branco,
Orando para que não tragam-me
Outros tantos
Verdes prantos, frutos
De meros desencontros.
sexta-feira, 30 de março de 2012
terça-feira, 13 de março de 2012
Na toca do coelho
A altura do muro
A verdade.
Se eu soubesse
Me lembrasse
A cada passo
A prece exata
E não temesse
E não teimasse,
Procurasse
Vez em sempre
Um quê de tudo
Um laço em falso
Em tanto querer
E não querendo
Simplesmente
Me entregasse
Qual buquê
De novas hélices
E ali
Dali se fosse
Mais que uma viagem
De uma virgem
Alice;
O tamanho do furo
O espelho.
A verdade.
Se eu soubesse
Me lembrasse
A cada passo
A prece exata
E não temesse
E não teimasse,
Procurasse
Vez em sempre
Um quê de tudo
Um laço em falso
Em tanto querer
E não querendo
Simplesmente
Me entregasse
Qual buquê
De novas hélices
E ali
Dali se fosse
Mais que uma viagem
De uma virgem
Alice;
O tamanho do furo
O espelho.
domingo, 11 de março de 2012
Coiso
coeso como a coisa
que tem peso
mas não pisa
saio ileso pela reza
e pelo jeito
minha pressa
não dá pé.
esqueço,
o que resta
é o movimento
quando o silêncio
não presta
e ando lento
até pra ver
o manifesto
em minha testa!
e tudo passa
e tal e coisa
e o que fica
além da foto
coisifi-
cando memórias
é só isso:
Teu amor e
coisa e Tao...
que tem peso
mas não pisa
saio ileso pela reza
e pelo jeito
minha pressa
não dá pé.
esqueço,
o que resta
é o movimento
quando o silêncio
não presta
e ando lento
até pra ver
o manifesto
em minha testa!
e tudo passa
e tal e coisa
e o que fica
além da foto
coisifi-
cando memórias
é só isso:
Teu amor e
coisa e Tao...
sexta-feira, 9 de março de 2012
Esboço de uma concretude a curto prazo
Taí:
Vou morrer para
o século passado
E virar-me do avesso
pelo meio.
Ou não?
Querendo fazer minha parte
À caótica arte urbana
Sub-nutrida de volições
Mecânicas,
Sub-humanas
Res-
piro mais fundo,
Tentando deixar de sentir
O cheiro cético e absurdo
Das i-
mundanidades.
É quase isso,
o que penso
que preciso - "quase", apenas porque
Não dispenso em palavras.
Vou morrer para
o século passado
E virar-me do avesso
pelo meio.
Ou não?
Querendo fazer minha parte
À caótica arte urbana
Sub-nutrida de volições
Mecânicas,
Sub-humanas
Res-
piro mais fundo,
Tentando deixar de sentir
O cheiro cético e absurdo
Das i-
mundanidades.
É quase isso,
o que penso
que preciso - "quase", apenas porque
Não dispenso em palavras.
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