sexta-feira, 30 de março de 2012

Chovo.

Não há nada em minha cabeça
que não se pareça com aquela nuvem
cinza;
Não há nada em minha sina terrena
Que não desfaleça em água.

Choro.

Choro aqui, ali e acolá;
Choro o pranto dos que perdem
por não esperar;
Chovem cinzas nesse falso carnaval.

A chuva, aliás,
Diz tudo não querendo dizer
nada...
Lilás, abençoa o vôo
De quem segue deixando seu rastro
Sem jamais olhar para trás.

Eu, porém,
Feito sal numa recém-aberta
Ferida qualquer da vida,
Tentando dizer tudo
Vou ficando
Cada vez mais mudo;
Não digo nada além de
Águas, mágoas:

Trago-as neste papel em branco,
Orando para que não tragam-me
Outros tantos
Verdes prantos, frutos
De meros desencontros.

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