quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Feito brisa

Hoje bateu a saudade...

Daquele café preto
que só você sabia fazer,
Daquele simples cafuné
que afagando-me apagava
por infindáveis instantes
toda a torturante complexidade
que pode abarcar
uma incansável cabeça de poeta.

Demos nós
as mãos tortas
pelas ruas e retas
E dentro em casa
de almas nuas
Nós nos demos,
tão bem apertados:
quase cegos
um ao outro.

Hoje, a saudade bateu...

Dias como este
em que a brisa se aproveita
pra soprar ao pé do ouvido
Esse nó que ficou
se desatando devagar
E parece reatar-se de repente
a memórias aromáticas
que por algum descuido nosso
Transbondaram,
derramando-se no ar.

Bateu a saudade hoje, sim...
Bateu, mas já passou.

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