domingo, 8 de janeiro de 2012

Aforismo infrapoético

Estímulos visuais acompanham
a marcha fúnebre de uma preguiça
anímica.
Mas, ao contrário de muitos,
sei bem o que almejo
E não vejo em nada senão
a noção que faço do Todo
em cada coisa.

Por falar em ocasião,
posso dizer que desonheço profundamente
o que seja acaso;
se um mormaço me invade o corpo,
por exemplo,
de alguma causa
é efeito.

Porque não há tempo
sem temperamento,
o sono tempera a vigília:
você dorme mal e a hora
custa a passar...

Mas a ordem dos dias
não muda a poesia em nós:
Poetizo logo existo;
amamos por criar vida
e vice-versa,
Temos todo o tempo de agora
para simplesmente ser!

Mas o que era óbvio...

Lógico que não é mais.
Não se entende um fim
sem saber do começo,
pelo menos não por inteiro.
E é exatamente disso
que se trata o meio:

Estar sendo eu mesmo
ainda que assim tão diverso,
é a única ação que me faz
todo sentido.

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