terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Verdejo

Do pé de uma bíblia qualquer
pego uma palavra madura e
parto-a ao meio;
devaneio ou não
no lugar de sementes
o que vejo são flores,
frutos de notas musicais
e suas respectivas cores.

Outras jazem, caídas
espalhadas pelo adro
de um sonhar imaturo
deixando escorrer
pela terra escura
os futuros que em si
carregavam.

Eram apenas ideias;
eram ideias, apenas.
Eram pequenas penas
esquecidas à sombra
de alguma árvore etérea...
Beiravam a boca de alguém
contemplavam-lhe os céus abertos
e não podiam voar!

Mas eis que o tempo
estendeu suas mãos e
num gesto indigesto

melodiou-lhes matéria.

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