Eu sou a chuva,
filha do Tempo, esse
jovem Senhor que tem
suas barbas de nuvem
negra, cinza e azul
como a cor do Amor;
Eu sou a vírgula,
a pequena pausa,
o hiato no ser
que se pauta
em gerúndios,
escrevendo torto
por linhas mortas,
retas demais;
Eu sou da Vida
uma simples faísca
no meio da chama
de tanto querer,
de tanto pensar
por tanto esquecer,
de querer lembrar
pra não ter que saber
e ter que aprender
a voltar ao amar
no crepúsculo ardente
de cada existência,
músculos parcos
ante os tentáculos
da noite escura;
Eu sou a personaficção
da cura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário