Dia dos mal-humorados
(El gran finale)
Movido a cafeína e lactose,
O acordo que se faz
Entre corpo e mente insanos
Não permite uma inspiração
Mais profunda.
Mas não é que um desacordo
Vem me acordar?
Dando corda ao desconforto
E cordas e cordas e cordas
Ao desarranjo instrumental
De meus tímpanos saturados
Sete dias depois
De um solitário
Dia dos namorados,
Lá vou eu de novo
Rasgando o véu da semana:
Prestigiando o próprio umbigo
A presentear os amigos
Com desassossegos inóspitos,
Infernizando o sagrado domingo...
Não, não parei por aqui.
Continua a vida acolá,
Entre sonhos e cicatrizes;
Deslizes a nos avisar
Que o fim vai chegar, sim
Mas apenas no dia
Em que estivermos prontos
Pra recomeçar
Sem defecar pessimismos
Ou infantilizar esperanças
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