Ai! que coceira
Na ponta da língua
Soubesse falava
O quê? isso aí.
Falasse a sua
Minha língua existia
E leve passavam-se
As horas e os dias...
Ai! que besteira
Quem fala essa língua?
Não tenho palavra
Não tenho avenida
Tivesse o sonho
Por realidade
Falo a verdade:
Não reclamaria
Mas ai! que coceira
No céu dessa boca
Poeira engasgada
Na estrada do ensejo
Tivesse o beijo
Daquela menina
Não ficava à míngua
De tanto querer
E de tanto amor
Até eu resistia
A uma tentação
De não existir
Ai! que bobeira
Fraqueza à beça!
Eira nem beira
Pé sem cabeça
Fosse o seu chão
Não caía o teto
De tantas idéias
Em vão dialeto
Faltava rua e
Não tinha problema;
Andava nas águas
Dessa melodia
Fazendo esquecer
Meu doce dilema:
Coceira de ser
Poema da vida.
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